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Eureka Mauá 2009
Sucesso de público: a edição deste ano recebeu mais de 6.000 visitantes e teve grande repercussão na mídia.
Frutas vermelhas e ervas se transformam em mousse que ajuda a prevenir o aparecimento da celulite
A tecnologia: agente de transformação e fonte de melhoria. Essa é a dinâmica que motiva quem se dedica à pesquisa, em todos os campos. Na Eureka Mauá, essa inspiração também está sempre presente. Ao longo dos anos, enquanto a tecnologia avança, os alunos também respondem progressivamente, com propostas cada vez mais voltadas à solução – seja para questões ambientais, seja para as áreas de Saúde, de Alimentos, de Administração, de Logística mais eficiente, seja até para inovações na área da Construção Civil.
Para o diretor da Escola de Engenharia, Prof. Mario Cavaleiro Fernandes Garrote, a qualidade técnica dos trabalhos apresentados na feira tem evoluído ano a ano. “Os projetos refletem o próprio avanço da tecnologia. Ampliam-se os recursos e também as ideias dos alunos. A preocupação em usar o conhecimento para gerar algo que melhore a qualidade de vida das pessoas, o olhar voltado para as questões sociais e ambientais têm sido aspectos bem interessantes e muito presentes nos últimos anos. Temos bons exemplos disso nesta edição.”, completa o diretor.
“O amadurecimento técnico contou com um aliado importante neste ano: a maturidade comportamental dos alunos.” A conclusão é do professor José Carlos de Souza Junior, presidente do Comitê Técnico Científico da Eureka. “Para quem acompanha o evento ano após ano, é perceptível a preocupação dos alunos, nesta edição, também com a apresentação pessoal, o cuidado em conseguir explicar seus projetos aos visitantes, o visual de seus estandes. Essa é uma geração que está mais consciente de que a tecnologia precisa ser entendida para ser bem aplicada e isso muito nos orgulha.”, define o professor.
Um mundo de novidades
Nos três dias de exposição, cerca de 140 trabalhos puderam ser apreciados por 6.600 pessoas. Além dos alunos e professores, os colaboradores da Mauá, fornecedores de diferentes áreas, familiares dos alunos, empresários de diversos setores e boa parte da imprensa prestigiaram o evento. Os temas foram variados: recursos para diminuição melhoria de impactos no meio ambiente, tecnologia de ponta para a área médica, alimentos funcionais, produtos para proporcionar bem-estar às pessoas.
Em cada estande, uma proposta, uma ideia que, após meses de trabalho e dedicação, toma corpo e chega à Eureka Mauá para ser avaliada. A Engenharia de Alimentos trouxe muitas novidades, como uma mousse de frutas vermelhas com nutrientes que ajudam a combater a celulite; o sorvete simbiótico que ajuda a regular o funcionamento do intestino. Os alunos de Administração trouxeram algumas soluções para a produção enxuta, outras fundamentadas no conceito de Lean Manufacturing e diversos projetos voltados à gestão. A Engenharia Elétrica, entre muitos projetos, trouxe alguns apoiados na tecnologia RFID (identificação por radio-frequência) para economia de energia ou melhoria de equipamentos utilizados no setor hospitalar.
Também pudemos conhecer novidades na área da Construção Civil, como o trabalho que testou a viabilidade do concreto reciclado e a tecnologia da Engenharia de Controle e Automação aplicada na construção de uma esteira que reproduz uma escalada e na criação de um braço robótico que, ao ser “vestido,” imita os movimentos do antebraço.
Alguns exemplos
- Controle de Pacientes com tecnologia RFID - Trabalho desenvolvido pelos alunos César Vargas, Rodrigo Saborido, Vinícius Pacheco e Vinícius Peruzzi, da Engenharia Elétrica com orientação do Professor Paulo Guilherme Seifer. O objetivo foi o de usar a tecnologia de RFID para a criação de um sistema de rastreamento e controle de presença dos pacientes nos diversos setores dos hospitais, permitindo a geração de relatórios para uso administrativo e múltiplas aplicações, desde o controle de medicação e melhor distribuição do fluxo em horários de pico, até a segurança dos pacientes quanto à entrada e saída dos hospitais e dos centros cirúrgicos.
- Outro grupo de alunos, formado por Felipe Colucci, Paula Falarara e Raphael Oliveira, também com orientação do professor Seifer, trabalhou num software também voltado à área médica, que permite a análise da variabilidade da frequência cardíaca em tempo real. Hoje, o equipamento comum necessita de coleta contínua dos batimentos cardíacos durante cinco minutos para permitir um diagnóstico. Com a ajuda dos médicos do Incor (Instituto do Coração), os alunos geraram memorial de cálculos, relatórios de precisão e tornaram viável o uso do equipamento que, se for homologado, poderá salvar muitas vidas. O mesmo acontece com um equipamento desenvolvido por alunos de Engenharia de Produção Mecânica. Com a orientação do professor Flavio D`Angelo Pereira da Silva, os alunos Anderson Bueno, Ellen Tathiane Otto, Guilherme Fraga e Karina Araújo investiram mais de um ano pesquisando um grampeador cirúrgico que pudesse ser reutilizado em operações com videolaparoscopia. A substituição de parte do equipamento por um material “esterelizável” já se mostrou viável e pode reduzir muito o custo desse tipo de cirurgia, o que ampliaria seu acesso a um número maior de pacientes.
- Menor custo e reciclagem de materiais que sobram de obras são a base do trabalho em que se estudaram as Propriedades do Concreto com Função Estrutural com Agregados Reciclados. Os alunos da Engenharia Civil, Camila Veneziano e Lucas Sales Pereira, foram orientados pelo professor Marcio Joaquim Estefano de Oliveira na pesquisa com concreto utilizando agregados reciclados (cerâmica e aço). O trabalho provou a possibilidade desse recurso, em proporções variadas e calculadas de acordo com a aplicação final do concreto e com a resistência desejada.
- Na Engenharia de Alimentos, os alunos Bruno Mattos Dias, Juliana Ribas e Mariana Karam desenvolveram uma maionese à base de abacate. Com a orientação da professora Antônia Miwa Iguti, o grupo testou a substituição de alguns ingredientes pela polpa do abacate, rico em lipídio e em ácidos graxos monoinsaturados, a chamada gordura saudável. O resultado foi uma saborosa maionese com 14% de gordura, enquanto a tradicional costuma apresentar até mais de 22% de gordura.
- Entender a crise econômica mundial que tomou conta das manchetes no final de 2008 e agora em 2009 não é tarefa fácil. Por isso, os alunos de Administração da Mauá, Débora Tamba, Felipe Del Papa, João Jacques, Natasha de Cunha e Sania Muniz Rossi dedicaram-se a estudar o tema e traduziram-no para o público em geral que visitou o estande deles na Eureka Mauá. Orientado pelo professor Ricardo Balistiero, o projeto visa demonstrar o impacto da ética nessa questão. Quão éticos foram o governo, o sistema financeiro e as pessoas envolvidas no ciclo que levou à crise.
Como a Eureka Mauá começou
A Eureka Mauá tem sua origem no final da década de 1980, quando o professor Hazime Sato resolveu expor alguns trabalhos dos formandos de Engenharia Elétrica numa sala de aula, com o objetivo de promover maior troca de informações entre os alunos. O nome – Eureka – veio mais tarde, durante os anos de 1990, e foi ganhando força com a adesão de outras áreas da Engenharia, como a de Alimentos. Em 2000, a participação tornou-se curricular e, portanto, obrigatória para os formandos dessas duas modalidades. A partir de 2001, todos os formandos da Mauá passaram a participar da feira, que entrou para o calendário oficial da instituição.
Nos últimos anos, tornou-se uma constante a visita de empresários à feira e à Biblioteca da Mauá, para consultar os trabalhos apresentados na Eureka Mauá. Muitos projetos mostram-se viáveis e interessantes em termos de mercado e têm sua pesquisa continuada. Hoje, consolidada como um dos principais eventos da Mauá, a Eureka Mauá atrai um público cada vez maior e caminha lado a lado com a renovação tecnológica, apresentando novidades que têm aplicação prática na vida das pessoas.
Estudantes de Engenharia Civil apresentam seu trabalho de graduação na Eureka 2009
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