INFOMAUÁ Mauá
edição 126 - Setembro de 2021

Projeção da Selic cresce novamente e deve atingir 7,5% em 2021: entenda os impactos na vida dos brasileiros

Aumento no custo do crédito e lentidão na recuperação dos empregos são as principais consequências da elevação da taxa básica de juros

Prof. Francisco Olivieri, Superintendente Geral do Instituto Mauá de Tecnologia.

Semanalmente, o Banco Central (BC) realiza a divulgação do Relatório Focus, que traz as estimativas do mercado para os principais indicadores econômicos do País. Os últimos levantamentos demonstram que a taxa Selic, influenciada pela projeção da inflação (IPCA) de 7,15% no ano, deve atingir 7,50% até o final de 2021. "A manutenção artificial, por muito tempo, de uma taxa básica de juros no patamar de 2% ao ano fez com que o COPOM (Comitê de Política Monetária) passasse a aumentar a Selic em intervalos de tempo menores, para fazer frente ao crescimento da inflação, ditada, sobretudo, pelo aumento dos preços das commodities", ressalta o Prof. Francisco Olivieri, Superintendente Geral do Instituto Mauá de Tecnologia. Olivieri destaca o encarecimento dos alimentos, combustíveis e, mais recentemente, das tarifas de energia elétrica.

Os brasileiros, por sua vez, sentirão os impactos da elevação da taxa em diferentes esferas. Com a alta da Selic, a consequência mais direta poderá ser percebida no aumento do custo do crédito, já que a política monetária é desenvolvida justamente para reduzir a demanda, pelo custo do capital. Além do encarecimento do crédito, o crescimento do PIB também deverá ser revisto para baixo e a recuperação dos empregos se dará de forma mais lenta, visto que a redução de demanda impacta diretamente nos setores produtivo, de atacado e de varejo.

Um outro ponto relevante, na visão do Superintendente Geral da Mauá, é que a alta taxa promoverá uma migração de parte dos investimentos em renda variável para renda fixa, que tendem a se valorizar com a Selic elevada. O ingresso de capital estrangeiro especulativo também promoverá a valorização do Real. Para finalizar, o Prof. Francisco Olivieri observa um aspecto que influenciará indiretamente os brasileiros: o aumento da dívida interna. "Com o aumento da Selic e a necessidade, por parte do Tesouro Nacional, de pagar juros mais elevados em seus títulos, ocorrerá uma alta do serviço de dívida interna, que impactará a política fiscal, já tão difícil de ser equacionada e gerenciada no Brasil", completa Olivieri.

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