edição 92 - Junho de 2018
Professor Ricardo Balistiero explica qual é o atual cenário da taxa Selic e o panorama que poderá seguir depois das eleições
Prof. Ricardo Balistiero, coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia.
A política monetária no Brasil tem vários canais de transmissão entre a Autoridade Monetária (Banco Central) e o mercado. O principal deles é a taxa básica de juros (no nosso país conhecida como taxa Selic) que baliza as demais taxas do comércio e possibilita à economia avançar ou recuar, a depender do momento econômico do País.
Exemplo: na hipótese de o Bacen (Banco Central) optar por aquecer a economia, o Comitê de Política Monetária reduzirá a taxa Selic. Caso a opção seja por desaquecê-la, basta aumentá-la. Como consequência, todas as demais taxas do mercado tenderão a seguir a trajetória da Selic.
Há dois anos, essa taxa vem sendo reduzida gradativamente. Com isso, iniciou-se um novo cenário econômico para o País. Esse panorama positivo é percebido com a (ainda lenta) retomada de projetos de investimento e expansão de algumas empresas, possibilitando a abertura de novos postos de trabalho e automaticamente uma melhora na circulação de mercadorias no comércio.
"O País vive uma situação de estabilidade monetária. O Bacen tem controle sobre todos os instrumentos de política monetária disponíveis e a taxa Selic (principal deles) está no seu menor patamar histórico, 6,5% ao ano", explica o coordenador do curso de Administração da Mauá, prof. Ricardo Balistiero.
O que podemos esperar para o segundo semestre?
A partir do segundo semestre, algumas variações econômicas podem ocorrer. Segundo o professor Balistiero, a tendência da Selic será de manutenção para os próximos meses, com a inflação ainda abaixo do centro da meta, que é de 4,5% ao ano. A despeito das pressões cambiais recentes e das eleições mais à frente, não há nenhuma tensão inflacionária presente no cenário brasileiro.
"A depender do resultado das eleições e de uma eventual aceleração do crescimento econômico, o Copom poderá, a partir de 2019, reiniciar um ciclo de alta da Selic. Ainda assim, muito longe de chegar aos dois dígitos", finaliza o professor.