edição 73 - Julho de 2016
A confiança dos investidores tem aumentado, mas ainda é preciso ter cautela
Confiança do investidor aumenta, mas é preciso ter cuidado na hora de investir.
O governo interino tem feito algumas mudanças no que se refere à profissionalização da gestão pública, ou seja, dos ministérios, mas, ainda seguindo um viés político, com exceção do Ministério da Fazenda e da Presidência do Banco Central, que foram indicações 100% técnicas.
Esse cenário, com o afastamento da presidente Dilma Rousseff, trouxe um novo ânimo para o mercado.
Uma das mudanças mais relevantes está em que a confiança dos investidores tem aumentado, haja vista que, em todo o ano passado, empresas brasileiras conseguiram empréstimos externos da ordem de USD 8 bilhões e, neste ano, após o afastamento da presidente, as empresas brasileiras já obtiveram cerca de USD 9,6 bilhões.
“O cenário brasileiro deve-se beneficiar com acordos comerciais mais consistentes que estão sendo alinhavados pelo novo Ministro das Relações Exteriores: José Serra. Além do mais, uma redução da produção de grãos nos EUA deve beneficiar o agronegócio brasileiro. O esboço de retomada do crescimento chinês deve ajudar também a retomada da economia, já que os principais itens da pauta de exportação brasileira são as commodities agrícolas e minerais”, explica Francisco Olivieri, professor e Superintendente Geral do Instituto Mauá de Tecnologia.
Segundo o professor Olivieri, as mudanças até então trazem uma nova perspectiva econômica, mas os empresários devem atuar com cautela. “O crédito ainda é caro e a economia deve passar por um ano de retração. A projeção é a de que 2017 ainda será um ano de parco crescimento, possivelmente em torno de 0,8 %”, complementa.
O recado serve também aos consumidores, que devem precaver-se da mesma forma que os empresários e pelos mesmos motivos financeiros. “Ainda não estão eliminadas as possibilidades de redução de emprego. Portanto vale a pena controlar os gastos e planejar com cautela o investimento”.