Banco Central eleva juros para 14,25%: entenda impactos na economia e no bolso do consumidor
Professor Ricardo Balistiero explica como a medida movimenta a economia para os brasileiros
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou, nesta quarta-feira, um novo aumento na taxa básica de juros da economia, a Selic, que passou de 13,75% para 14,25% ao ano. A medida visa conter a inflação, mas tem efeitos também sobre o crédito e o consumo no País.
De acordo com o economista e coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero, o principal objetivo do aumento da Selic é desaquecer a economia, reduzindo a inflação. “A taxa Selic nesse patamar busca desacelerar a economia e tentar fazer com que a inflação convirja para dentro da meta, já que o último relatório Focus do Banco Central mostrou que a inflação está um pouco acima do teto da meta”, afirma.
Impactos no crédito e no consumo para a população
Economista e coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero.Com a alta dos preços e a evolução dos juros, a população enfrenta alguns impactos na economia, resultando em financiamentos e empréstimos mais caros. Isso desestimula o consumo e a busca por novas linhas de crédito. “Ficará mais caro obter financiamentos, como para a trocar de carro, comprar um novo celular, adquirir uma casa, entre outros bens que dependem do crédito”, comenta o economista.
Contudo, ele aponta que, ao mesmo tempo, aquelas pessoas que têm aplicação em renda fixa, como CDB, Tesouro Direto e alguns fundos de investimento terão bons rendimentos, com juros nominais de, pelo menos, 1% ao mês, um retorno expressivo associado a um baixo risco de crédito. Esse fator também acaba desestimulando, por exemplo, a aplicação na caderneta de poupança, que só rende aproximadamente 0,5% ao mês.
“Fenômenos climáticos intensos, associados ao aquecimento da economia elevaram os preços de alimentos e dos administrados em 2024, com a inflação iniciando 2025 bastante pressionada. A despeito de alguma desaceleração recente apontada pelo relatório FOCUS, o Banco Central segue atento no uso da principal ferramenta de combate à alta de preços, a taxa SELIC, o que, se por um lado piora a situação dos endividados e dos tomadores de crédito, por outro abre oportunidades para aplicações financeiras com baixo risco e boa rentabilidade”, conclui o professor.
|